Câmara de
Maringá recua e deve votar salários de R$ 6,9 mil para vereadores hoje
Rubia
Pimenta
A trama
em torno do aumento dos subsídios dos vereadores de Maringá ganha um novo
capítulo nesta quinta-feira (24). Após elevarem os valores de R$ 6,4 mil para
R$ 12 mil em 2011, e, posteriormente, diante da negativa repercussão na
sociedade, falharem na tentativa de diminuírem os salários para R$ 8 mil, os
parlamentares tentam chegar a um novo consenso na sessão de hoje.
Após uma
reunião com os vereadores da base aliada na noite desta quarta-feira (23), a
Comissão de Finanças e Orçamento (CFO) envia hoje, em regime de urgência, um
projeto de lei propondo subsídios de R$ 6,9 mil, o que significa um aumento de
aproximadamente 7%.
"Mais
uma vez a Câmara Municipal muda a sua direção em benefício da comunidade,
respondendo aos anseios da população. Espero que ninguém fale que estamos
fazendo isso pensando nas eleições. A Câmara está aí para mudar de opinião,
seguir a vontade popular. Vereador tem profissão e não vive exclusivamente das
atividades da Câmara, então não precisamos de um aumento tão grande",
ressalta o presidente da CFO, vereador Carlos Eduardo Sabóia (PMN).
Segundo
Sabóia, participaram da reunião os vereadores Mário Hossokawa (PMDB), Heine
Macieira (PP), Luiz do Postinho (PRP), Belino Bravin (PP) e Aparecido Regini -
Zebrão (PP). Os parlamentares Dr. Manoel (PC do B) e John Alves (PMDB) também
foram consultados. "Todos nós concordamos que este é o melhor valor para
evitar mais atritos", diz.
Para o
presidente da CFO, vereador Carlos Eduardo Sabóia, "a Câmara está aí para
mudar de opinião e seguir a vontade popular"
Sabóia
afirma que o projeto é resultado de uma política que os vereadores da Câmara de
Maringá vêm seguindo, de dar ouvidos aos anseios populares. "Foi assim com
a manutenção no número de cadeiras na Câmara, diminuição da quantidade de
assessores, entre outros projetos. Nós moralizamos a Câmara, limpamos a
Casa", ressalta.
O
subsídio do prefeito, que subiu de aproximadamente R$ 17,3 mil para R$ 25 mil,
e de secretários municipais, que saltou de R$ 9,6 mil para R$ 12 mil, serão
mantidos. "Prefeito e secretário não podem exercer outras serviços além
dos cargos que ocupam. São atividades de extrema responsabilidade, que
necessitam de dedicação e conhecimento. Maringá é uma cidade pujante e deve
pagar bem as pessoas responsáveis pela sua direção", ressalta. Os novos
valores serão válidos para a próxima legislatura (2013 – 2016).
Vereadores
confirmam O
vereador Humberto Henrique (PT), membro da oposição que compõe a CFO, confirma
que o projeto deve entrar em votação hoje. "Eles não me chamaram para
participar da reunião, mas depois fui informado que eles haviam acordado em um
valor de R$ 6,9 mil. Apesar de achar um desrespeito eles me excluírem, eu
aprovarei a medida caso entre no plenário, pois nunca fui a favor desse valor
exorbitante de R$ 12 mil", diz.
As falas
de Sabóia foram confirmadas também pelo vereador Heine Macieira.
"Realmente acertamos que o projeto com o valor de R$ 6,9 mil entraria em
votação hoje. Acredito que passará sem resistência", afirma. O vereador
Zebrão também confirmou a informação. "A proposta é baseada em uma emenda
feita por mim e pelo vereador Paulo Soni", relata. O parlamentar ainda
informa que, por compromissos particulares, não estará presente na sessão de
hoje, mas irá votar a favor do projeto quando ele entrar em segunda discussão.
O
vereador Dr. Manoel informou que realmente foi consultado, mas não sabia se
havia consenso em torno do assunto. "Se entrar em votação eu aprovo,
porque sempre apoiei valores próximos do que ganhamos atualmente", afirma.
A
reportagem tentou contato com os outros vereadores citados por Sabóia, mas eles
estavam com os celulares desligados.
Demagogia
Para o
vereador Humberto Henrique, a proposta dos vereadores da base aliada é uma
"ação de desespero". "A verdade é que os vereadores que votaram
contra a diminuição do salário para R$ 8 mil ficaram queimados na sociedade.
Eles estão na verdade é com medo das eleições", opina.
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