quinta-feira, 24 de maio de 2012


Câmara de Maringá recua e deve votar salários de R$ 6,9 mil para vereadores hoje

Rubia Pimenta

A trama em torno do aumento dos subsídios dos vereadores de Maringá ganha um novo capítulo nesta quinta-feira (24). Após elevarem os valores de R$ 6,4 mil para R$ 12 mil em 2011, e, posteriormente, diante da negativa repercussão na sociedade, falharem na tentativa de diminuírem os salários para R$ 8 mil, os parlamentares tentam chegar a um novo consenso na sessão de hoje.

Após uma reunião com os vereadores da base aliada na noite desta quarta-feira (23), a Comissão de Finanças e Orçamento (CFO) envia hoje, em regime de urgência, um projeto de lei propondo subsídios de R$ 6,9 mil, o que significa um aumento de aproximadamente 7%.

"Mais uma vez a Câmara Municipal muda a sua direção em benefício da comunidade, respondendo aos anseios da população. Espero que ninguém fale que estamos fazendo isso pensando nas eleições. A Câmara está aí para mudar de opinião, seguir a vontade popular. Vereador tem profissão e não vive exclusivamente das atividades da Câmara, então não precisamos de um aumento tão grande", ressalta o presidente da CFO, vereador Carlos Eduardo Sabóia (PMN).

Segundo Sabóia, participaram da reunião os vereadores Mário Hossokawa (PMDB), Heine Macieira (PP), Luiz do Postinho (PRP), Belino Bravin (PP) e Aparecido Regini - Zebrão (PP). Os parlamentares Dr. Manoel (PC do B) e John Alves (PMDB) também foram consultados. "Todos nós concordamos que este é o melhor valor para evitar mais atritos", diz.

Para o presidente da CFO, vereador Carlos Eduardo Sabóia, "a Câmara está aí para mudar de opinião e seguir a vontade popular"

Sabóia afirma que o projeto é resultado de uma política que os vereadores da Câmara de Maringá vêm seguindo, de dar ouvidos aos anseios populares. "Foi assim com a manutenção no número de cadeiras na Câmara, diminuição da quantidade de assessores, entre outros projetos. Nós moralizamos a Câmara, limpamos a Casa", ressalta.

O subsídio do prefeito, que subiu de aproximadamente R$ 17,3 mil para R$ 25 mil, e de secretários municipais, que saltou de R$ 9,6 mil para R$ 12 mil, serão mantidos. "Prefeito e secretário não podem exercer outras serviços além dos cargos que ocupam. São atividades de extrema responsabilidade, que necessitam de dedicação e conhecimento. Maringá é uma cidade pujante e deve pagar bem as pessoas responsáveis pela sua direção", ressalta. Os novos valores serão válidos para a próxima legislatura (2013 – 2016).

Vereadores confirmam O vereador Humberto Henrique (PT), membro da oposição que compõe a CFO, confirma que o projeto deve entrar em votação hoje. "Eles não me chamaram para participar da reunião, mas depois fui informado que eles haviam acordado em um valor de R$ 6,9 mil. Apesar de achar um desrespeito eles me excluírem, eu aprovarei a medida caso entre no plenário, pois nunca fui a favor desse valor exorbitante de R$ 12 mil", diz.

As falas de Sabóia foram confirmadas também pelo vereador Heine Macieira. "Realmente acertamos que o projeto com o valor de R$ 6,9 mil entraria em votação hoje. Acredito que passará sem resistência", afirma. O vereador Zebrão também confirmou a informação. "A proposta é baseada em uma emenda feita por mim e pelo vereador Paulo Soni", relata. O parlamentar ainda informa que, por compromissos particulares, não estará presente na sessão de hoje, mas irá votar a favor do projeto quando ele entrar em segunda discussão.

O vereador Dr. Manoel informou que realmente foi consultado, mas não sabia se havia consenso em torno do assunto. "Se entrar em votação eu aprovo, porque sempre apoiei valores próximos do que ganhamos atualmente", afirma.

A reportagem tentou contato com os outros vereadores citados por Sabóia, mas eles estavam com os celulares desligados.

Demagogia
Para o vereador Humberto Henrique, a proposta dos vereadores da base aliada é uma "ação de desespero". "A verdade é que os vereadores que votaram contra a diminuição do salário para R$ 8 mil ficaram queimados na sociedade. Eles estão na verdade é com medo das eleições", opina.

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