Parada
Gay reúne cerca de 8 mil pessoas em Maringá
fotos:
Ana Luiza Verzola e Isadora Casavechia
A
primeira Parada Gay de Maringá realizada na tarde deste domingo (20) reuniu um
público de cerca de 8 mil pessoas, segundo a estimativa dos organizadores do
evento. Além de maringaenses, caravanas de 46 cidades do Paraná, Santa Catarina
e São Paulo marcaram presença no evento que contou ainda com a participação de
amigos, familiares e simpatizantes do movimento de Lésbicas, Gays, Bissexuais e
Transsexuais (LGBT).
De
maneira pacífica e ordeira, as cores do movimento LGBT foram 'colorindo'
lentamente a região central da cidade desde às 14h. O grupo se concentrou
inicialmente no Centro de Convivência Renato Celidônio, ao lado da Prefeitura
de Maringá. Do alto do trio elétrico, Djs e drag queens comandaram a festa ao
lado da apresentadora Jany Lima, madrinha do evento.
O
colorido das bandeiras e as 'fantasias' irreverentes de alguns participantes
atraíram inúmeros curiosos. Enquanto uns preferiram acompanhar a movimentação a
distância, outros se misturaram a multidão como o casal Margareth, 51 anos, e
Jair da Silva, 55 anos.
"Estou
super feliz em participar da Parada Gay, sempre tive vontade de ir a um evento
assim, mas ainda não tinha tido oportunidade. Eu e toda minha família temos
inúmeros amigos homossexuais, que frequentam a nossa casa e são pessoas
maravilhosas. Eu diria que alguns deles são até melhores do que muitas pessoas
ditas 'normais'. O preconceito precisa acabar", defendeu Margareth.
Antes
mesmo da abertura oficial da Parada Gay, quando a Polícia Militar (PM) ainda
estimava um público de cerca de 500 pessoas, Luiz Modesto, um dos
organizadores, já comemorava o sucesso do evento. "Independente de quantas
pessoas a gente consiga reunir aqui, o importante é que conseguimos criar um
espaço de diálogo e debate profundo com a igreja e a comunidade. A nossa luta é
contra a homofobia e o preconceito", afirmou Modesto.
Ele
lembrou ainda que a Primeira Parada Gay é o resultado de cinco anos de trabalho
e mobilização do movimento. "Nós não queríamos apenas fazer um evento e
pronto. Nossa intenção era preparar a sociedade e fomentar o debate sobre a
questão, e felizmente tivemos sucesso. Fico muito feliz em ver famílias
inteiras, com crianças, prestigiando o nosso evento", declarou Modesto.
Fabiana
soube do evento através de amigos homossexuais e, curiosa, resolveu ir a Parada
Gay acompanhada do marido e das filhas gêmeas Jéssica e Ana, de cinco anos.
"Estou gostando da festa e não vejo problema das minhas filhas estarem
aqui. Elas precisam aprender a respeitar a diversidade desde cedo", disse.
Por volta
das 15h30, o grupo - agora formado por mais de cinco mil pessoas - seguiu em
direção ao estacionamento do Estádio Willie Davids, na Zona 7, passando pelas
avenidas XV de Novembro, Duque de Caxias e Prudente de Moraes. Durante o
trajeto, os participantes foram acompanhados por olhares curisosos, porém sem
manifestações de hostilidade.
Com
faixas e cartazes, os participantes defenderam a diversidade e pediram a
aprovação da PLC 122 que criminaliza a homofobia. Já no estacionamento do
Willie Davis, eles foram recebidos por um grande número de simpatizantes da
causa.
A Polícia
Militar (PM) fez a segurança durante o percurso, com policiais em motocicletas
e nos locais de concentração. A Secretaria Municipal dos Transportes
interrompeu o trânsito com batedores para a passagem dos participantes. Nenhum
incidente foi registrado durante o evento.
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